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Cordão Umbilical

Cordão Umbilical - CEMMEFE

Existem diversas anormalidades do cordão umbilical, variando de nós falsos, que não têm significado clínico, até a vasa prévia, que muitas vezes leva a óbito fetal. À medida que a ultrassonografia tem evoluído, muitas dessas condições estão sendo diagnosticadas de forma intrauterina. No entanto, algumas só são diagnosticadas pouco antes ou após o parto.

Tamanho do Cordão Umbilical

O comprimento do cordão umbilical pode variar de nenhum cordão a 300 cm, com diâmetros de até 3 cm e com até 380 hélices, uma vez que são de natureza helicoidal e, por razões desconhecidas, serpenteiam-se para a esquerda. Frequentemente, o cordão umbilical apresenta um comprimento médio de 55 cm com um diâmetro de 1-2 cm e 11 hélices. A etiologia dos diferentes comprimentos entre os cordões é desconhecida.

Os cordões curtos, menores que 35 cm, estão associados a distúrbios da movimentação fetal e restrição intrauterina, bem como a dequitação placentária, a ruptura do cordão e partos por cesariana de emergência em virtude de bradicardia fetal. Embora os cabos curtos tenham sido responsabilizados pela impossibilidade da realização do parto vaginal, dados disponíveis sugerem que o parto vaginal pode ocorrer com cordões tão baixos quanto 13 cm. Já os cordões excessivamente longos estão associados com emaranhamento fetal, nós verdadeiros e trombos.

Artéria Umbilical Única

O cordão umbilical normalmente contém duas artérias e uma única veia. Ocasionalmente, uma artéria umbilical está ausente, sendo mais comumente a artéria esquerda. As artérias umbilicais únicas costumam ser mais associadas a anomalias fetais do que os cordões umbilicais normais.

A artéria umbilical única ocorre em menos de 1% de cordão de gestação única e 5% dos cordões de gestações gemelares. Também ocorre com mais frequência em casos de óbito fetal do que em gestações que cursam com nascido vivo. São encontradas duas vezes mais em mulheres brancas do que em negras e japonesas. Diabetes materno aumenta significativamente o risco, e a relação homem-mulher é de 0,85:1.

Dos lactentes com uma única artéria umbilical, 20% ou mais relataram ter anomalias fetais associadas, incluindo anormalidades cardiovasculares, defeitos gastrointestinais (GI), atresia de esôfago, uma variedade de defeitos renais e múltiplas síndromes de anomalia. A trissomia do 18 é a anomalia cromossômica mais associada à artéria umbilical única.

O diagnóstico pré-natal de uma única artéria umbilical deve estimular a realização de outros exames para uma investigação minuciosa de outras anomalias. O ecocardiograma fetal também pode ser útil, e a realização do cariótipo fetal deve ser considerada, especialmente se forem encontradas anomalias.

Inserção Velamentosa do Cordão (IVC)

A inserção velamentosa do cordão umbilical (IVC) ocorre quando os vasos umbilicais, sem o suporte do cordão umbilical ou da geleia de Wharton, atravessam as membranas fetais entre o âmnio e o córion antes da sua inserção na placenta. A incidência é de 1% nas gestações únicas e de 15% nas gestações gemelares monocoriônicas.

A inserção velamentosa foi diagnosticada por ultrassonografia com uma sensibilidade de 67% e especificidade de 100% no segundo trimestre. Por vezes, o diagnóstico pode ser realizado no primeiro trimestre. Essa condição está associada a uma menor alfafetoproteína sérica materna (AFP) e maior gonadotrofina coriônica humana sérica materna (hCG).

A IVC pode apresentar uma evolução drástica, uma vez que pode ocorrer a ruptura dos vasos em caso de amniorrexe, podendo cursar com hemorragia. Essa condição está associada a maior incidência de baixo peso ao nascer, prematuridade e encefalopatia hipóxica isquêmica do recém-nato. Se diagnosticada, o crescimento fetal pode ser monitorado com ultrassonografia no terceiro trimestre. Considere parto por cesárea eletiva para evitar uma ruptura de vasa prévia ou sofrimento fetal se a inserção velamentosa estiver no segmento inferior.

Nó do Cordão

Os nós do cordão podem ser verdadeiros ou falsos. O primeiro tem uma incidência de aproximadamente 1% das gestações; entretanto, essa taxa é de 15% em gêmeos monoamnióticos. Os nós falsos são frequentes e não possuem significado clínico conhecido.

Os nós verdadeiros surgem dos movimentos fetais e são mais propensos a se desenvolver durante a gravidez inicial, quando há relativamente mais líquido amniótico presente e ocorre maior movimento fetal. A cesariana pode ser considerada se o diagnóstico de um verdadeiro nó de cordão for realizado com o auxílio da ultrassonografia.

Circular de Cordão Umbilical

O cordão pode ficar enrolado em várias partes do corpo do feto, geralmente ao redor do pescoço (circular cervical de cordão). Uma volta ao redor do pescoço ocorre em aproximadamente 20% dos casos, e múltiplas voltas ocorrem em até 5% das gestações.

A circular de cordão umbilical pode ser diagnosticada através da ultrassonografia com Doppler colorido, apresentando uma sensibilidade superior a 90%. Raramente, essa condição interfere no prognóstico do parto e do recém-nato, sendo a via de parto indicação obstétrica.

Prolapso de Cordão Umbilical

O cordão umbilical pode estar na frente da apresentação fetal. Quando ocorre a amniorrexe, ele poderá prolapsar através do colo do útero na vagina, caracterizando uma emergência obstétrica conhecida como prolapso de cordão. Quando as membranas ovulares encontram-se íntegras, o cordão prolapsado pode se resolver espontaneamente ou ser reduzido por parte da apresentação fetal durante o trabalho de parto. Durante o curso do trabalho, a bradicardia fetal pode indicar a compressão de um cordão prolapso, que deve ser descartado com um exame vaginal.

O prolapso de cordão tem um incidência de 0,6% dos partos e o principal fator de risco é a apresentação fetal anômala, especialmente quando a apresentação não preenche totalmente o segmento inferior do útero (ex.: prematuro, apresentações incompletas). As principais causas incluem apresentação anômala, polidrâmnio e cordão umbilical longo.

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